Cultura Primitiva x Civilizada
Uma cultura que, por exemplo, não desenvolveu uma linguagem escrita pode ser considerada menos sofisticada, culturalmente falando, tomando a linguagem escrita como um dos muitos critérios que possam medir a natureza humana. O mesmo valeria para uma sociedade baseada na caça e pesca, fronte a uma sociedade que baseia sua alimentação em produções industriais de alimentos.
Também está relacionado com a eficiência sistemática daquele setor da sociedade; isto é, ao passo que a caça e a pesca alimentam dez vezes mais pessoas, em relação ao número de caçadores e pescadores, a produção industrial facilmente poderia gerar comida o bastante para alimentar milhares de vezes mais do que a quantidade de pessoas necessárias para fazer o sistema funcionar.
Ao longo da história ocidental, o termo “cultura primitiva” foi utilizado para justificar a perseguição, conquista, colonização e aculturação de diferentes povos. Este é o perigo que se esconde neste conceito. Uma cultura primitiva é apenas primitiva, isto é, não foi modificada por outra (ou evoluiu por conta própria) o bastante para ser considerara uma cultura moderna. Isto não se refere à sua validade como cultura, ao seu grau de instrução ou a sua organização interna. Uma cultura primitiva pode, por exemplo, não utilizar da linguagem escrita, mas manter sua eficiência em tradições orais superiores às culturas ditas modernas.
Há também uma famosa obra do antropólogo britânico Edward Burnett Tylor chamada Primitive Cultute, onde ele trata principalmente da religião primitiva, sobretudo indígena, denominada por ele de “animismo”, mas onde também é apresentado um interessante paralelo inverso ao tradicional, sob a ótima de um “primitivo”. Ao passo que