Cultura popular
Olandiara de Aragão dos Santos
RESUMO: O samba de roda revela a força de um povo que reafirma seus valores através do canto e da dança. Percebendo a importância dessa manifestação cultural para a sociedade, o presente artigo discute, tendo como objeto de estudo, o grupo de samba de roda Pisadinha do pé Firme de Irará, “tradição inventada” que se inicia na oralidade e se perpetua na memória, possibilitando uma interação dos sujeitos com mundo, além de reafirmar suas existências. Para tanto, buscou-se compreender como o samba de roda está presente na vida dos participantes e como a tradição oral constitui essa manifestação, englobando os indivíduos sambadores numa esfera de memória individual e coletiva ao mesmo tempo.
Palavras-chave: Samba de roda; tradição; tradição oral; memória; Pisadinha do Pé Firme;
Cores, danças, ritmos, expressões, cheiros e sabores são sinais de que a pluralidade cultural marca o Brasil, um país notoriamente heterogêneo, que reúne uma amálgama de culturas retratadas em diversas manifestações culturais por todas as regiões, destacando o Brasil dentre os outros países latino-americanos. É evidente que a pós-modernidade favoreceu para que algumas manifestações culturais, que antes eram deixadas à margem, estivessem hoje no rol da cultura brasileira. É claro que isso não foi facilmente aceito pela Cultura dominante e elitista, diga-se de passagem. No entanto, o que pretendemos aqui é ensejar, ainda que em linhas gerais, as manifestações culturais como tradição inventada, como exemplo, o grupo de samba de roda Pisadinha do Pé Firme de Irará. Para além da discussão de tradição inventada, nos interessa ressaltar a oralidade e sua dinâmica com a escrita, ao mesmo tempo em que faremos uma relação com memória coletiva e individual.
O samba de roda, assim como outras práticas culturais elaboradas, tem na voz, “a palavra viva”, como principal elemento de representação