Cultura Popular e Erudita em Mato Grosso
A cultura mato-grossense é representada pela herança da miscigenação entre os índios, negros e brancos, que aqui plantam, colhem e ensinam a saborear o gosto dos novos frutos de uma cultura ímpar e sempre em evolução. Estas três raças juntas formam a essência da história e tradição da gente mato-grossense, que tem na alma a alegria de viver e a ousadia de buscar novos desafios.
Desde sempre presenciamos as influências dos primeiros habitantes deste estado caboclo na arte, música, dança, culinária, além do patrimônio histórico e nas festas de santos, explicitados pelo culto à religiosidade e fé perene e multissecular. Duas manifestações folclóricas típicas da região pantaneira poderiam ter sido extintas se não fosse à dedicação de gerações em passar para frente os versos, passos e sequências que fazem parte da cultura popular de Mato Grosso. Tradições seculares de origem indígena, mais popular nas zonas rurais e ribeirinhas, o cururu e o siriri não foram registrados em livros, nem em museus. Eles foram passados de geração para geração, de pai para filho, e devem sua sobrevivência à tradição oral. Até hoje, há pouca bibliografia sobre o assunto e os estudos que existem se baseiam normalmente nos relatos e na memória de alguns personagens que, aos 50, 60, 70, 80 e quase 90 anos de idade, contribuem para manter a tradição viva. Se o conceito de cultura se baseia nos costumes e valores de uma sociedade, não devemos confundir cultura com manifestações artísticas, pois a arte é apenas parte deste universo colossal que é a variedade do saber do homem. O termo cultura, para a maioria das pessoas indica um alto nível artístico ou intelectual, o progresso da arte e da ciência, a literatura, a