Cultura de massa x reality show
Num cenário onde a indústria cultural é regida essencialmente pela lógica orçamentária, surge o reality show Big Brother. Neste programa os espectadores são convidados a interagir com os confinados, uma vez que a permanência ou não dos integrantes na casa depende do voto do público. Essa espécie de “poder” do público pode, a princípio, trazer a falsa impressão de que os espectadores não são passivos à manipulação da mídia neste caso. Afinal, o que seria mais ativo do que poder influenciar diretamente o andamento do programa por meio de ligações e votos na internet?
Enzensberger, em uma de suas obras, afirma que “qualquer uso das mídias pressupõe manipulação”. Essa premissa se torna válida quando nos lembramos de que, durante o programa do Big Brother exibido na TV aberta, são transmitidos em cerca de 40 minutos o que aconteceu num dia de 24 horas. Sem contar às quartas-feiras, nas quais o programa se limita a 15 minutos.
Ora, para resumir 24 horas em menos de 1 hora é indispensável um processo de seleção das imagens mais interessantes. E, em seguida, é necessário editar os vídeos numa ordem determinada e mixá-los aos efeitos de som e visual. Com isso, torna-se evidente que o processo de manipulação provém das montagens. A equipe do programa cria e