Na introdução do livro “Paisagem Urbana”, o autor Gordon Cullen inicia suas palavras explicitando as vantagens que levam a maioria das pessoas a preferirem viver nas cidades e não, em campos isolados delas. Para o autor, a cidade é mais do que uma somatória de habitantes, ela é uma unidade geradora de bem-estar e facilidades. E é exatamente nessa perspectiva e com base no impacto visual da paisagem em variados percursos, que Cullen tenta mostrar que assim como a reunião de pessoas cria um excedente de atrações para a coletividade, um conjunto de edifícios também adquire poder de atração visual que dificilmente um edifício isolado conseguirá. O autor defende ainda, que uma cidade é antes de mais nada uma ocorrência emocionante no meio-ambiente, ou seja, seus elementos tais como os edifícios, anúncios, trafego, natureza, entre outros, precisam de alguma forma despertar a emoção ou o interesse do transeunte. E caso isto não ocorra e a cidade se apresente monótona, incaracterística ou amorfa, ela não cumpre sua função e torna-se um fracasso. Em seguida, Gordon esclarece que não pretende com o texto, ditar uma forma para o aglomerado urbano. Apenas deseja descobrir meios que permitam procurar, além do campo estritamente científico, novos valores e novos critérios de análise da paisagem. Para tal, o autor utiliza como instrumento principal de pesquisa o sentido da visão, alegando que é através dele que apreendemos o que nos rodeia, pois o mesmo tem o poder de invocar as nossas reminiscências e experiências diárias. Dessa forma, Cullen propõe e explica três aspectos para análise urbana: a óptica, o local e o conteúdo. A óptica seria a forma como a paisagem urbana surge para o transeunte a partir do seu deslocamento, levando-o a uma sucessão de percepções, surpresas e revelações através de fragmentos visuais a que dá-se o nome de visão serial. Já o local, diz respeito às reações do sujeito com relação a sua posição no espaço, vulgarmente denominado sentido de