cuidado com as drogras
Confira trechos da matéria a ser publicada na próxima edição do Jornal do Federal, produzido pelo CFP.
“A relação entre o dependente e o psicólogo deve se dar na exata medida da necessidade que a pessoa quer ser
enxergada. E isto não pode acontecer a partir de visões pré-concebidas do profissional”, afirma a psicóloga e representante do CFP no Conselho Nacional sobre Drogas (Conad), Mônica Gorgulho.
Segundo Gorgulho, os psicólogos devem propor estratégias em conjunto com o dependente para encontrar alternativas. Olhar mais o outro e propor a partir do entendimento de sua realidade são indicações para o trabalho. “É preciso preparo técnico-científico e uma auto-crítica a suas crenças pessoais”, sugere a psicóloga.
Pelo fato de os usuários ainda serem vistos e vinculados ao tráfico ou a comportamentos criminosos, o uso e a dependência são muitas vezes interpretados como escolhas pessoais. É o que afirma o atual coordenador do Polo de Pesquisa em Psicologia Social e Saúde Coletiva da Universidade de Juiz de Fora Telmo Ronzani. “Parar ou de não usar a substância também vira um problema do usuário, que é visto como fraco ou sem força de vontade”.
Para Ronzani, a postura preconceituosa da sociedade, que muitas vezes repercute nas políticas públicas e mesmo no contexto clínico ou do serviço, traz impacto direto na qualidade e no resultado das ações para a prevenção, reabilitação ou reinserção social. Para o professor, o fortalecimento de políticas públicas inclusivas para essa população deve se dar com o entendimento pela sociedade de que os dependentes são cidadãos que tem o direito ao cuidado.
O psicólogo e psicanalista argentino Antônio Lancetti também ressalta o cuidado como soberano na relação com o dependente. “Às vezes se aproximar é de uma complexidade enorme. Todo mundo tem medo deles”, diz Lancetti. Mas chegar perto e conversar com o dependente é o primeiro passo. O pedido de ajuda, segundo