Crônicas de português

692 palavras 3 páginas
Todos os dias acordo as seis horas da manhã, levanto num pulo e saio pelas ruas do meu bairro. No caminho para o transporte público da cidade, encontro um ou dois vizinhos, todos sempre com a cara fechada indo de caminho contrário ao meu. Continuo a caminhar até que me aproximo de uma escola, e ao reparar um pouco melhor do que todos os outros dias que passei por ali, pude perceber um pobre velhinho vendendo doces do outro lado da rua.
Era por volta das 6:45 da manhã, o céu estava nublado como se dissesse que aquele era apenas mais um dia corriqueiro, onde a única coisa que poderia acontecer, era surgir novos problemas. Fixo meu olhar, por alguns minutos naquele senhor dos doces, e em seguida olho em minha volta. Ainda estou um pouco distante de sua barraquinha, porém há um casal e duas moças que andam a minha frente e que estão mais próximos. Estão todos andando apressados, concerteza atrasados para mais um dia de trabalho. Exceto eu, que quase por um milagre do destino, consegui sair mais cedo de casa. Volto meu olhar novamente para o velhinho barbudo, ele está sentado num banquinho do lado de sua barraquinha, e não sei.. Mas parecia querer gritar algo para o mundo. Percebo que ele balbucia algumas palavras, então direciono meu olhar para onde aqueles olhos cansados estão olhando. Só então percebo que está falando com o casal, que o responde por entre os dentes, e continua a seguir seu caminho de sempre. O velho não parece se importar com a resposta malcriada daqueles jovens, muito pelo contrário, está, agora, com o olhar voltado para as moças que estão na minha frente. Sei que vai dizer algo. Tento prender minha atenção completamente a ele, para entender o que tem a falar. As moças passam, e o velho balbucia novamente palavras. Palavras que por mais que minha atenção estivesse voltada totalmente para ele, não consegui decifrar. Talvez por causa da distância. O que aquele velhinho tinha a dizer a todos que passavam por ele ? Enfim, não sei se as

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