Em uma manhã nublada e gelada, comum e rotineira para muitos, saio a caminho de uma viagem para buscar um documento importante. No caminho para a rodoviária, pela janela do carro, observo as pessoas indo e vindo, cada uma seguindo seu rumo, com suas características próprias. Chegando a rodoviária, compro minha passagem e sento a espera do ônibus, no relógio no alto da parede mostra que ainda faltam 15 minutos para ele sair, sentada ali naquele banco laranja, com minha passagem nas mãos, observo as pessoas ao meu redor, uma menina de mochila nas costas, jovem ainda, com seu fone de ouvido, alheia a tudo em a sua volta, uma senhora simpática juntamente com seu esposo conversam com uma cumplicidade invejável, penso em quão lindo é, uma relação assim, amigos e cúmplices, anseio por encontrar alguém que possa compartilhar comigo esses momentos, até a idade avançar, como aquele casal, que mesmo já idosos se mostram felizes e unidos, viajando para algum lugar. O ônibus vai partir, guardo minhas bagagens, entro e sento em minha poltrona, 37, do lado da janela, e a viagem inicia, primeiramente até Curitiba, depois mais um ônibus em direção ao destino final. Pela janela, vou observando tudo, e me recordo de quando era criança, como eu gostava de viajar, de como perguntava pra minha mãe, se ia demorar muito para chegar, sobre as árvores, sobre as casas lá longe, das dúvidas de uma menina, enfim tudo me encantava, as montanhas, o céu azul, os pássaros, como era bom ser criança, inocente, sem preocupações, ao passar tão rápido por aquela vegetação verde tão linda, me pergunto onde foi parar aquele encantamento, quando tudo era novidade, crescemos e esquecemos-nos das pequenas coisas, de como é bom não se preocupar com nada pelo menos por alguns instantes, obsevar a natureza, respirar o ar puro, sem se limitar, sem estar com um computador em mãos pensando nos problemas e no que vamos fazer daqui a cinco minutos. Chegando a rodoviária, desço, pego as minhas