Crônica sobre a saude
2ªfase
Um pedaço de mundo que está longe da perfeição
Ônibus lotado, festas juninas, novo shopping (que hoje é atração de todos os acrianos), pessoas boas e más, políticos honestos e desonestos, enfim, o lugar onde eu vivo não é um dos piores, mas confesso que poderia ser bem melhor. Mas há algo que queria destacar, é a respeito da saúde pública, se é que se pode chamar de saúde.
Ano passado, acompanhei de perto minha amiga que havia sofrido um acidente de carro, e foi atendida na UPA em estado estável, mas que requeria cuidados mais avançados. E, enquanto ela aguardava uma vaga no Pronto Socorro, ficou em um quarto durante uma semana. Bom seria se fosse só ela que estivesse ali, esperando aquele leito, mas não, junto dela havia em torno de umas quinze pessoas em estado muito pior que o de minha amiga. Recordo-me muito bem de uma mãe que já estava ali há quase duas semanas, esperando uma vaga no leito do Pronto Socorro e que, se não me falha a memória, apenas conseguiu o tão desejado leito quinze dias depois, mas já era tarde demais, pois, como seu filho não havia recebido os atendimentos médicos necessários para o estado em que ele estava, não resistiu e, antes mesmo de entrar no carro do SAMU para ser levado ao Pronto Socorro, acabou falecendo.
Logo depois, minha amiga também foi encaminhada ao hospital, recebeu atendimento médico adequado e, após cinco dias, recebeu alta. E depois de alguns dias, ninguém lembrava mais daquele acidente. Tudo tinha ficado preso.Mas o sofrimento e a dor de ver uma mãe perder seu filho tão inocente, vão ser lembranças que vou levar pro resto da vida, pois, realmente é triste ver quem depende da saúde pública, ela falha quando mais precisamos dela. E pouco adianta apelar à justiça acriana, pois quando ela chega, normalmente a passos de tartaruga, é tarde demais. Mas apesar dos altos e baixos de nosso município e como já dizia um ex-governador: “Apesar de tudo, Rio branco é um bom lugar para