Tempos Modernos, de Charles Chaplin se passa na década de 30, logo após o início da crise de 29, também conhecida como “Grande depressão”, que foi marcada pela alta taxa de desempregos, principalmente pelos fechamentos de fábricas que representavam a maior fonte de renda para o proletariado, ainda que com condições degradantes: a massa operária trabalhava em condições desumanas, o cenário era de miséria tanto fora das fábricas quanto dentro, casas em péssimos estados, falta de luz, água e saneamento básico, a maioria das empresas se instalavam em prédios adaptados com mínimas condições de conforto, higiene e segurança, sendo comum acidente durante o trabalho, salários extremamente baixos e ainda menores para as mulheres e crianças de todas as idades que mantinham a mesma carga horária de trabalho dos homens, a qual chegava a 14 horas por dia. O filme retrata o modelo de reprodução chamado de Linha de montagem fordista, no qual o trabalhador deveria ocupar somente um posto no processo de produção. As peças que se moviam, o operário efetuava uma única operação durante todo o dia de trabalho, a lógica da linha de montagem era decompor ao máximo as tarefas e impor uma cadência a todos os trabalhadores, possibilitando o aumento da produtividade de um modo considerável. O filme retrata a intensa exploração do trabalho e a degradação do ser humano pelo sistema capitalista. No início, os trabalhadores saindo do metrô são comparados a rebanhos de ovelhas sendo guiados pelos seus donos, que no caso dos homens é o capitalismo. Nas cenas dentro da fábrica é possível perceber como os trabalhadores já estavam alienados e condicionados a prosseguir o trabalho independente da situação presente, quando a esteira com as peças é desligada eles param, mas quando é religada, imediatamente voltam aos seus postos. Além disso, a pressão feita pelo dono da fábrica para que o trabalho não pare e que seja feito cada vez mais rápido, a repetição mecânica dos movimentos, as extensas horas de