Crítica - Sobre o óbvio, Darcy Ribeiro
Antecipando a conclusão, ele afirma que o problema da educação brasileira não é exatamente um problema. Nunca foi. A grande questão é que a astuta classe dominante brasileira nunca quis desasnar seu povo como ocorreu em outros países. A classe dominante tratou de deixar o brasileiro burro para que ela continuasse se impondo, ou seja, sento a tão temida classe dominante.
Para desenvolver esse raciocínio, Darcy trabalha a cabeça do leitor apontando tais obviedades, que de tão óbvias acabam passando despercebidas em análises científicas.
A primeira obviedade é a de que o sol nasce e se põe a cada dia. Por muito tempo isso foi considerado uma treta de Deus, mas pelo sangue dos grandes sábios que vieram anteriormente a nós, se descobriu que não era uma coisa assim tão divina. Tal explicação se dava pelo simples fato da Terra girar.
A segunda obviedade é a de que o pobre precisa do rico. Ele não diz que o rico também precisa que o pobre continue pobre, mas isso é uma obviedade tão óbvia quanto as outras. Ou seria possível que o rico amarrasse seu próprio cadarço? É claro que o pobre também precisa do rico, pois sem o rico, onde o pobre iria mendigar salários ao final do mês? Fica evidente e óbvio que um se apoia no outro. Um pela astúcia, outro pela necessidade. Ou os dois pela necessidade, é óbvio.
A terceira obviedade é a de que o negro é inferior ao branco. Darcy traz á reflexão fatos históricos que denotam que o negro sempre foi inferiorizado, sendo o que sempre trabalha em dobro, mas não ascende de classe como nós. Isso nada tem a ver com sua inteligência, ou competência, mas sim com o interesse de muitos. Interesses esses que não ficam imunes à critica de Darcy.
A quarta obviedade é a