Crítica ao capítulo o horror ao incesto do livro totem e tabu
Freud baseia o primeiro capítulo de sua obra, Totem e Tabu, em um estudo antropológico social a respeito de tribos primitivas australianas, traçando ao final, paralelos entre o comportamento dessas tribos e pacientes neuróticos.
Nas tribos estudadas, regia o sistema de exogamia totêmica, ou seja, a proibição de relações sexuais entre os membros do mesmo clã. A partir desses conceitos então o autor aborda o tema do incesto, ou melhor, a proibição do incesto. Freud escreve: “Esses selvagens tem um horror excepcionalmente intenso ao incesto ou são sensíveis ao assunto, num grau fora do comum, e que aliam isso a uma peculiaridade que permanece obscura para nós: a de substituir o parentesco consanguíneo real pelo parentesco totêmico.” (pg. 8). Freud acreditava que a escolha de divisão em clãs deriva particularmente da necessidade de evitar o comportamento incestuoso não apenas entre parentes próximos, mas sim entre qualquer membro do clã com algum tipo de parentesco, acrescentando ao final que a necessidade da proibição do incesto nada mais é que uma consequência do próprio desejo de cometer o ato incestuoso, desejo, acredita a psicanalise, inerente a todos.
Ao final, Freud compara o horror dessas tribos ao incesto a um comportamento infantil como restrição de impulsos naturais que, assim como pacientes que sofrem de neurose, sentem dificuldade de repreender sem o uso de regras e punições. “Um neurótico, por outro lado, apresenta invariavelmente um certo grau de infantilismo psíquico; ou falhou em libertar-se das condições psicossexuais que predominavam em sua infância ou a elas retornou; duas possibilidades que podem ser resumidas como inibição e regressão no desenvolvimento. Assim, as fixações incestuosas da libido continuam
(ou novamente começam) a desempenhar o papel principal em sua vida mental inconsciente” (pg. 15)
Enquanto muito importante à sua época, os estudos