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1. Professor Associado da Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto).
Marcus Vinícius da Cunha1
Resumo: Este capítulo apresenta as concepções fundamentais da Psicanálise de Sigmund Freud, tomando
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essa teoria como um paradigma . Focalizando temas como formação da personalidade, etiologia das neuroses e psicoterapia, o capítulo expõe a visão de Freud sobre a educação,
2. Termo cunhado por Thomas Kuhn discutindo as possibilidades de transposição da teoria psicanalítica para a prática educacional.
Palavras- Chave: Teoria da personalidade. Psicanálise na educação. Prática educacional.
Sigmund Freud, criador do paradigma psicanalítico, nasceu, em 1856, na cidade de
Freiberg, Morávia, hoje, uma região da República Tcheca. Originário de família judia, viveu grande parte de sua vida em Viena, na Áustria, e morreu em Londres, capital da Inglaterra, em 1939, para onde se refugiou das perseguições do nazismo.
Formado em medicina, interessou-se por estudar manifestações de desequilíbrio psicológico e foi no contato com seus pacientes que elaborou sua teoria. Esse é um aspecto importante do paradigma porque revela o ambiente em que a Psicanálise surgiu e o destino original de suas formulações: a cura de pessoas que sofrem distúrbios psíquicos. Freud não se dedicou a analisar a escola e o trabalho do professor, embora tenha abordado questões educacionais em alguns de seus escritos.
A Teoria da Personalidade
Com base no relato de pacientes a respeito de suas fantasias, sintomas neuróticos, lembranças e sonhos, Freud desenvolveu uma teoria sobre a estrutura da personalidade humana e a dinâmica de seu funcionamento. Segundo ele, nossa personalidade é formada por três instâncias: id, ego e superego.
O id é a instância que contém os impulsos inatos, as inclinações mais elementares do indivíduo. O id é composto por energias – denominadas por Freud de pulsões – determinadas biologicamente e determinantes de desejos e necessidades que não