cronica

Crônica sobre a notícia: Carioca faz festa na praia para eclipse.

La estava eu, deitado em minha cama sem conseguir dormir, rolando e se mexendo de um lado para outro. Esta já era a terceira vez que levanto e vou beber água, são 17:00 horas e daqui á duas horas começo meu turno de novo. Pensei que dominaria melhor essa mudança de dormir de dia e trabalhar á noite, mas o barulho de carros, pessoas, coisas batendo e caindo é muito maior durante o dia. Desisti de tentar dormir, tomei um banho, peguei minha maleta e fui caminhando, longe não era, eu precisava passar pela padaria do Jeca, que como sempre estava cheia de universitários nessa hora, dobrar duas esquinas, chegar na zona sul, passar pela praia do Arpoador, ali eu pegava o ônibus 73 e ia direto para o trabalho.
Caminhar 1/3 do caminho me fazia gastar um tanto a menos por mês, isso significa mais caixas de cereais para meus finais de semanas. Nesse dia quando passei na padaria do Jeca, estranhei, ela estava vazia e na rua as pessoas andavam para uma direção só. Fui para o mesmo caminho, afinal esse era o meu caminho; Quando cheguei na praia do Arpoador, pude entender porque o Jeca estava sem seus clientes, ali na praia havia milhares de pessoas, o que eu não entendia era o que esse pessoal todo estava fazendo ali, em um dia frio e nebuloso como esse. Fiquei ali parado, observando. Percebi que todos estavam com os olhos fixos no céu. Do meu lado uma menininha perguntava para o pai : - vai começar logo? Já são 17:40, será que já passou e nós não vimos? 17:40, eu devia de correr uma quadra inteira para conseguir pegar o ônibus 73, mas agora não ia sair dali, fiquei esperando o que ia acontecer. Os minutos passavam e minha agonia aumentava cada vez mais, já sei que terei uma caixa de cereais a menos no armário, perdi o ônibus e a taxa do taxi é mais que o triplo da passagem.

Todos apontaram para o céu, o dia ficará ainda mais escuro e com algumas vozes gritando ao