Cromossomos
Nova técnica usa o DNA mitocondrial de uma terceira pessoa para evitar a transmissão de doenças genéticas
O governo britânico anunciou que discute a autorização de uma nova técnica de fertilização que usa o material genético de três pessoas para gerar uma criança, evitando a transmissão de doenças hereditárias incuráveis. O Ministério da
Saúde do país redigirá as normas relacionadas ao procedimento e as submeterá a uma consulta pública antes de apresentá-las ao Parlamento em 2014. Com isso, a Grã-Bretanha pode se tornar o primeiro país em todo o mundo a aprovar o método.
O DNA mitocondrial só é transmitido da mãe para o filho — sem nenhuma intervenção do genoma paterno. Assim, uma mulher que possui alguma mutação nesses genes vai transmiti-la às gerações seguintes. A nova técnica pretende, justamente, livrar a criança dessa herança genética.
"Os cientistas têm desenvolvido procedimentos inovadores que podem deter a transmissão destas doenças, o que dá esperanças a muitas famílias que buscam prevenir que seus futuros filhos as herdem", declarou Sally Davies, assessora médica do governo britânico
O procedimento desenvolvido pelos pesquisadores utiliza um óvulo fertilizado pelo casal que deseja ter o filho e o óvulo de uma doadora. Os pesquisadores retiram o DNA presente no núcleo do óvulo fecundado — que carrega os genes de ambos os pais — e o coloca no núcleo do óvulo doado. Desse modo, eles deixam para trás a mitocôndria materna doente e se apropriam de uma saudável, presente na nova célula. Se a transferência for bem-sucedida, o novo embrião é colocado na barriga da mãe e a criança se desenvolve normalmente. No núcleo de suas células, ela deverá carregar os genes de seu pai e sua mãe. Em suas mitocôndrias, no entanto, estará o
DNA da doadora.
Durante o procedimento, os pesquisadores retiram o DNA de um óvulo fecundado e colocam no núcleo de um