cromossomal caos and cancer
Aneuploidia: essa é a palavra que vem aparecendo na literatura que relata a pesquisa sobre a origem do câncer neste início do século XXI. "Aneuploidia" descreve uma característica muito evidente para os pesquisadores que observam células e tecidos cancerosos no laboratório. Em relação a seus cromossomos, a célula humana normal é chamada "diplóide", por apresentar dois conjuntos completos de 23 cromossomos; na célula cancerosa, diferentemente, há cromossomos extras, cromossomos faltantes, cromossomos feitos de pedaços fundidos de outros cromossomos. "Uma verdadeira galeria de horror", escreveu a jornalista de ciência Jean Marx sobre o aspecto do genoma de uma célula cancerosa em artigo publicado em 2002 na revista Science, e muito citado quando o tema da relação entre aneuploidia e câncer aparece. Mas essa extrema variação cromossômica é causa ou conseqüência do câncer? Há duas respostas principais para essa pergunta: uma, a predominante e que dirige a pesquisa sobre a origem do câncer há 25 anos afirma que a causa dos cânceres são mutações em genes específicos e que à aneuploidia cabe um papel subsidiário; outra, oposta, postula que a aneuploidia é necessária para "colocar as células no caminho do câncer". Necessária, aqui, no sentido forte: sem aneuploidia, sustentam esses