critica do livro filosofando
A proposta didático-pedagógica do Filosofando também não é má. A intenção principal é incentivar a reflexão dos alunos sobre questões filosóficas e questões cotidianas, evitando a mera imposição de conteúdos e a sua reprodução sem compreensão. Com esse propósito, as autoras apresentam a filosofia em sete unidades, que contêm em média cinco capítulos com claras divisões entre as suas seções. Cada capítulo contém uma exposição direta sobre algum tema ou questão filosófica, além de sugestões para reflexão, explicações de termos, pequenas biografias, etc. Ao final de cada capítulo há ainda trechos para leitura e discussão em classe, resumos, revisões e sugestões de atividades envolvendo os conceitos aí abordados, além de algumas questões retiradas de exames de admissão nas universidades brasileiras. A primeira impressão que temos do livro é, pois, a melhor possível.
Há atualmente a tendência de organizar os livros didáticos de filosofia por temas e não por período histórico. Quando o livro é organizado segundo as etapas da história da filosofia, o professor sente-se forçado a começar do começo, e devido à carga horária reduzida da filosofia nas escolas brasileiras, além de problemas como a substituição freqüente de professores nas escolas públicas, sem falar no seu despreparo ou falta de motivação, o máximo que o aluno aprende de filosofia é a pré-filosofia dos pré-socráticos, quando não é penalizado com a repetição sucessiva da velha e vazia conversa sobre a passagem do mito aologos. A tendência de organizar os livros didáticos de filosofia por temas é então saudável, porque permite ao professor selecionar aquele tema que mais lhe interessa ou que julga mais apropriado para os seus alunos, sem ter de pressupor que o aluno já tenha estudado todos os capítulos anteriores. Além disso, para permitir a reflexão do aluno e evitar a mera reprodução, a organização temática parece ser mais apropriada do que a organização por período histórico.