Critica de Folhetim
SUZANNA FERNANDES
Prof. Dr. MÁRCIO ROBERTO PEREIRA
CAMINHOS DA CRÍTICA LITERÁRIA
ASSIS
2011
Caminhos da Crítica Literária - Questão 1
Nas décadas de 40 e 50, época em que Álvaro Lins colaborava nos jornais, predominava no Brasil a chamada “crítica de rodapé”: marcada pela hesitação entre crônica e notícia, pelo impressionismo, feita em geral por pessoas sem especialização, tratava-se de um texto adaptado as necessidades de seu meio (o jornal). Nesse contexto Álvaro Lins foi um expoente. A partir da criação das faculdades de Filosofia de São Paulo (1934) e do Rio de Janeiro (1938), aparecem os críticos especializados que rejeitam o diletantismo e o impressionismo dos críticos de rodapé. A questão central nesse embate referia-se principalmente aos preceitos que presidem a atividade da crítica literária. Aos poucos os críticos-cronistas vão perdendo o prestígio face ao desenvolvimento e ampliação da crítica literária especializada.
É nesse momento em que o campo da crítica literária atravessa um período de questionamento com relação à sua própria natureza e função. Uma fase de transição que faz passar da crítica não especializada, exercida então por profissionais de diversas áreas que escrevem para os jornais, aos primeiros críticos oriundos da universidade e ligados ao ensino de literatura.
Otto Maria Carpeaux no texto “Álvaro Lins e a Literatura Brasileira” reitera que há nas letras brasileiras uma crise de crescimento e de transição, reflexo de uma crise de consciência nacional.
"Chegou a hora de uma corajosa revisão dos valores. Esclarecer as confusões das crises, restabelecer a ordem dos valores, constitui a responsabilidade e o dever dos intelectuais...” (CARPEAUX, 1999: p.458).
Nesse artigo Carpeaux afirma que o Álvaro Lins é o crítico da “crise” brasileira. Entende-se como “crise” as transições em que a literatura passava naquele momento, e