Crises no Brasil
A crise brasileira é estrutural e está vinculada a nossa condição de país dependente e, por consequência, subdesenvolvido. A binômia dependência/ subdesenvolvimento é agravada pelo padrão de brutal desigualdade que nos caracteriza – desigualdade econômica, social, regional – e que foi uma decorrência direta da marcha histórica desse nosso relacionamento externo, sempre de dependência, com centros econômicos mais desenvolvidos. Ao longo do tempo, esses centros – na verdade, os países dominantes em cada diferente período histórico – foram se impondo em relação a nós como os grandes condicionadores do tipo de desenvolvimento que, de fato, acabamos por experimentar. O subdesenvolvimento, por outro lado, não significa que estejamos irremediavelmente condenados à miséria, ao atraso ou à sina do baixo crescimento econômico.A explosão das insatisfações populares e velhos sintomas da nossa crise econômica – baixo crescimento, instabilidade cambial e os dilemas de natureza fiscal, em meio a um processo de elevação da taxa de juros, com o pretexto de se combater a elevação das taxas de inflação.
Uma situação de crise grave como a que vivemos leva a que as pessoas recorram a todos os meios possíveis para encontrar formas de subsistência”, explica Fátima Pinto. É sobretudo "na área artística que se encontra hoje em Portugal mais trabalho infantil", diz, "mas há também casos de mendicidade, de criminalidade, de crianças introduzidas no tráfico, e até casos de prostituição, essencialmente nas grandes cidades". Apesar de não haver dados concretos, "as organizações que lidam com esta situação têm esta percepção", acrescenta.
No ano passado, segundo a Lusa, foram reportados à Linha SOS-Criança, do Instituto de Apoio à Criança, 16 casos de mendicidade, seis de trabalho infantil, cinco de abandono escolar e dois de prostituição infantil. "É uma pequena amostra da realidade”, considera Fátima Pintoências que as classes dominantes impõem ao país e à nossa população.