Crise na grécia
LEITÃO, Miriam. Título: Grécia perdeu 20% do PIB durante a crise. Jornal O Globo, 09 de maio. 2012.
Natalia Moura Costa
A crise da Grécia foi causada pelo alto índice no déficit do Estado. Essa situação não tem melhorado porque o gasto público, além de ainda ser maior que a receita em imposto, tem crescido a cada dia. Além desse saldo negativo, a Grécia recebeu 130 bilhões de euros em empréstimos para pagar as suas dívidas com os bancos gregos privados. Esse resgate não vai resolver o problema, pelo contrário: no final das contas, será mais dinheiro a ser cobrado. Mesmo com o empréstimo vindo com uma baixa taxa de juros, com a permissão de uma redução de 100 bilhões de euros na dívida que o país tem com bancos privados e com os credores aceitando uma redução entre 50% e 70% do dinheiro que emprestaram para a Grécia no passado, a expectativa é que a crise melhore só em 2020. O fator que agrava o déficit é a bola de neve formada entre os impostos e salários. Para diminuir os gastos, foi preciso (e, provavelmente, ainda será) suspender milhares de funcionários públicos. É claro que, com a instabilidade, cargos privados também foram suspensos. Também foi preciso a reduzir o salário mínimo, efetuar cortes no valor das aposentadorias e a recapitalizar os bancos gregos. Paralelo a isso, os impostos aumentaram para diminuir a diferença entre a receita e os gastos. O erro se encontra nessa equação. Como é possível aumentar o preço dos impostos ao mesmo tempo em que empobrece a população, desempregando uma grande parcela desta, diminuindo o salário dos que mantiveram o emprego e criando uma aposentadoria diminuta? Por um lado, a receita aumenta, mas, por outro, ela volta a diminuir, provocando a involução da crise e pedindo diferentes medidas. Com esses dados, os líderes da União Europeia já declararam que os gastos estatais precisam cair mesmo que isso signifique danos de curto prazo à