crise financeira no japão
INTRODUÇÃO
Após várias décadas de alto crescimento e de desenvolvimento tecnológico acelerado, a economia japonesa está, em 1999, em seu nono ano consecutivo de estagnação. Como dois aspectos marcantes dessa crise, incluem-se a prolongada crise bancária, bem como a baixa resposta macroeconômica a estímulos governamentais de ordem fiscal e monetária.
O presente texto aborda essas duas dimensões da crise atual como manifestações de um esgotamento do estilo japonês de crescimento-com-endividamento empresarial característico das décadas anteriores. Delineia-se, também, a hipótese de estar em curso uma transição cujos contornos – ao menos em nível aparente – sugerem uma
"americanização" tendencial das finanças japonesas.
PRODUTIVOS NO DESENVOLVIMENTO JAPONÊS
Durante o período de fenomenal crescimento a taxas anuais próximas de 10%, em
1953-73, a regulamentação financeira foi parte essencial da estratégia de catching up da economia japonesa em relação à economia líder norte-americana. A segmentação de mercados e de instituições seguiu de perto o formato das "muralhas chinesas" norteamericanas (Canuto & Lima, 1999a). Diferentemente do caso original, por outro lado, a regulamentação financeira local reprimiu os mercados de títulos de dívida negociáveis e tornou raras as emissões de ações ao grande público (Hoshi & Kashyap, 1999).
A repressão a securities (títulos de dívida e ações em bolsa) garantiu a predominância absoluta dos bancos na intermediação financeira, os quais operavam como instrumento da tutela governamental na alocação de recursos para investimentos. A poupança financeira tinha nos bancos seu destino quase único e, na outra ponta, as empresas também só dispunham do crédito bancário como fonte de financiamento http://www.iea.usp.br/publicacoes/textos/canutocrisejaponesa.pdf O Milagre econômico japonês é o nome dado ao fenômeno político ocorrido no Japão de crescimento