Crise Europeia
A crise na Europa foi causada pela dificuldade de alguns países europeus em pagar as suas dívidas. Cinco dos países da região – Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha – não vêm conseguindo gerar crescimento econômico suficiente para honrar os compromissos firmados junto aos seus credores ao longo das últimas décadas. O risco de inadimplência é real e tem consequências de longo alcance, que se estenderão além das fronteiras da zona do euro.
Logo após o colapso financeiro dos subprimes nos EUA em 2008, foi deflagrada a crise europeia. Essa última, entretanto, tem suas origens bem antes da crise imobiliária americana e, ainda, pode ser ramificada em dois pontos centrais. Em primeiro lugar, o design institucional deficiente da zona do Euro, o qual desde a criação da União Monetária não foi capaz de centralizar as políticas fiscais dentro do bloco e tampouco garantir estabilidade fiscal entre os países, especialmente durante uma crise. Em segundo plano, mas não menos importante, os altos níveis da dívida pública, concentrados inicialmente na Grécia, mas também presentes nos países periféricos da zona do Euro. Neste sentido, o deficiente quadro institucional e o instável nível da dívida pública são interdependentes e juntamente compõe a crise vivida pela Europa.
Desde a criação da zona do Euro em 1999, países como Portugal, Itália, Grécia e Espanha (PIGS) vinham evitando baixo crescimento, perda de competitividade e outras pressões sociais como o alto desemprego através de déficit fiscais. Neste contexto, esses países periféricos da zona do Euro estavam em uma situação em que não podiam desvalorizar a moeda visando aumentar a competitividade das exportações e nem mesmo incorrer em expansões monetárias para estimular a economia, já que estas são de responsabilidade exclusiva do Banco Central Europeu (BCE). Desta maneira, lhes restava apenas a política fiscal como alternativa. Houve, então, um aumento dos déficits fiscais para que se mantivesse o