Crise Energ Tica Nacional
As usinas hidrelétricas fornecem aproximadamente 90% de energia elétrica em todo o território brasileiro. Mas, este ano, a ausência de chuvas foi das maiores das últimas décadas, prejudicando a oferta de energia.
Todos os problemas começaram com a edição da medida provisória 579. Essa medida foi uma tentativa que o governo fez de diminuir a tarifa de todo o setor elétrico em 20% quando, na realidade, não havia disponibilidade de energia suficiente para que isso fosse feito. Porque, como qualquer produto, no momento em que diminui o preço da energia, incentiva-se o consumo.
Segundo dados da Abiape (Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia), em 2013, 40% do volume de energia planejado não entrou em circulação por atrasos em projetos de transmissão e em processos de licitação. Em contrapartida, a demanda por energia cresceu em 11%. E, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios de água do sistema Sudeste/Centro-Oeste se encontram no nível mais baixo nos últimos dez anos. Desde o dia 20 de outubro a situação nas represas de hidrelétricas dessas regiões é pior que a verificada na mesma época de 2001, quando o país passou por racionamento de energia. Essas quedas estão ligadas, principalmente, à falta de chuvas (com os piores índices desde 1954) e ao aumento recorde do consumo de energia.
Nos últimos meses, o Brasil tem mantido funcionando todas as térmicas disponíveis, num esforço para economizar água das hidrelétricas. Entretanto, isso vem contribuindo para os altos reajustes nas contas de luz em 2014, já que a energia produzida por esse tipo de usina é mais cara. Com isso, a crise no setor elétrico brasileiro vai puxar para cima os reajustes das contas de luz nos próximos anos. Isso porque o governo recorreu a empréstimos bancários para cobrir custos extras do setor em 2014 e evitar altas ainda maiores nas tarifas. Entretanto, os empréstimos vão ser repassados aos consumidores