Crise economica
A crise financeira mundial trouxe de volta ao debate econômico a vigor das idéias keynesianas, colocando em dúvida a questão do neoliberalismo de Friedman, embutido as idéias do liberalismo de Smith, e do mercado como melhor alocador de bens e serviços na economia. Ao longo do século XX, os liberais “ortodoxos” tentaram desmoralizar Keynes, mas a Crise da Liquidez mostrou que eles estavam errados. Segundo Bertolino, os fatos e os personagens ocorrem duas vezes na história: a primeira como tragédia e a segunda como farsa, lembrava Karl Marx, num processo ”em que a tradição das gerações mortas volta para assombrar a memória dos vivos”. Um clássico exemplo disso é a volta triunfal da ideologia liberal, com nova roupagem e registrada com o nome de neoliberalismo, no final dos anos 70 do século XX, nos países desenvolvidos, e nos anos 80 e 90 nos países subdesenvolvidos, denominados hoje de emergentes. A morta-viva perdeu, no dia 16 de novembro de 2006, um de seus papas: o economista norte-americano Milton Friedman, que morreu aos 94 anos. Friedman, que ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 1976, liderou a corrente liberal, que se opôs ao pensamento de John Maynard Keynes. Proclamado herdeiro do pensamento de Adam Smith, o economista é equiparado, por seus admiradores, a personalidades como Marx, Keynes, Schumpeter e outros tantos. Há controvérsia quanto a isso. (o economista que tem mais influência, de longe, nesses últimos séculos, certamente é Karl Marx.) Se considerarmos os economistas que viveram nos séculos XX e XXI, certamente Keynes é o mais importante. Com relação à Friedman, há quem afirma que daqui a 50 anos ninguém vai ler uma linha do que ele escreveu. Isso, aliás, é verdade para a grande maioria dos economistas. Friedman é basicamente alguém que argumentou que os economistas anteriores a Keynes tinham elementos de verdade em suas teorias modeladas. O que é ruim para a