Crise Democrática

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Assistimos actualmente a um perigoso fenómeno, que resulta directamente da crise económica que atravessamos, a limitação dos direitos, liberdades e garantias democráticas. O séc. XX assistiu à afirmação dos direitos dos povos e à sua dignificação: a soberania reside no povo, que a exerce através do voto, universal e secreto. Os regimes democráticos adoptaram constituições que protegiam direitos considerados inalienáveis e fundamentais para que as pessoas tivessem a possibilidade de gozar de uma existência livre, pacífica e segura, estribada na certeza e previsibilidade que seriam asseguradas por esses documentos constitucionais.
No entanto, tal tipo de existência democrática ao promover uma equilibrada distribuição de riqueza ao regulamentar mercados e sectores tidos como especiais e ao pretender afastar monopólios, cartéis e Trusts (Agrupamento de empresas para dominar o mercado e diminuir a concorrência) adversos aos interesses dos seus cidadãos tornou-se um obstáculo ao lucro fácil e ganancioso dos grandes financeiros, das empresas bancárias que possuem e gerem enormes massas monetárias e que não se satisfazem ao nível de controlo das empresas, o seu apetite por lucro é tao voraz que só é saciado “comprando” e liquidando comercialmente países através do domínio dos seus sectores estratégicos (água, energia e transportes). Ao disponibilizar, muitas vezes de forma quase impositiva, dinheiro para que os países se endividem, os grandes financeiros (comumente conhecido como mercados), vão tomando posição para um eventual incumprimento e quando este, inevitavelmente acaba por surgir exigem tido aquilo que querem e perante a falta de dinheiro os políticos cedem e quem sai prejudicado é o povo, são os cidadãos que perdem direitos tidos por adquiridos e começam a ter que pagar serviços antes gratuitos ou a sofrer um aumento tremendo no preços de bens agora disponibilizados por privados e que antes eram assegurados pelo estado. O poder económico cria nos países um

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