Autonomia e Descentralização da Escola Pública
Diante do cenário educacional brasileiro, parece redundância retomar assuntos como autonomia, gestão democrática, descentralização da escola, dentre outros temas afins, porém é inegável que ainda não temos a escola que queremos, razão que deve continuar movendo os debates e as discussões sobre os temas supracitados. Ainda que possamos visualizar alguns avanços, sabemos que o caminho a percorrer não chegou nem na metade. A crise, de modo geral, que afeta a instituição escola, está presente em toda civilização ocidental, porém no caso brasileiro, por volta de quatro décadas, a escola vivencia duas crises específicas: a global da instituição escolar e a crise do abandono e descaso do Estado. O mais contraditório é perceber que a escola não tem melhorado com a crise e nem tão pouco caminha para a extinção, como ocorre com a maioria das instituições. Os críticos otimistas teimam em atestar grandes avanços e mudanças, mas a realidade dos resultados aponta para os problemas de sempre. Gomes (1995) ilustra bem a crise ao afirmar que: (...) Qual Prometeu condenado por Zeus a reviver eternamente para uma vida de sofrimentos até que Hércules ousasse interferir no destino traçado pelo Olimpo e o libertasse; assim a escola, condenada pelos governos ditatoriais - através do aviltamento dos salários, da formação apressada e funcionalista de professores e pela supressão das condições adequadas de trabalho - a passar de uma crise à outra mais grave, necessita da ousadia de educadores para possibilitar-lhe romper décadas de crise e firmar-se como escola democrática e de qualidade. Não é questão de ser pessimista, mas a bibliografia sobre a crise na escola é bastante vasta, de diferentes bases ideológicas e apesar das inúmeras tentativas de superação do atual estado das coisas, freqüentemente nos deparamos com resultados que nos chocam elencados pela grande mídia como a