cultura politica
CULTURA POLÍTICA, PARTICIPAÇÃO E DEMOCRACIA NO BRASIL:
REFLEXÕES A PARTIR DA PERSPECTIVA GRAMSCIANA
Silmara Carneiro e Silva1
Danuta Estrufika Cantóia Luiz2
GRUPO TEMÁTICO:
RELAÇÃO CENTRO E PERIFERIA: ESTADO E SOCIEDADE CIVIL EM ÁREAS
PERIFÉRICAS
RESUMO
A participação da sociedade civil no âmbito das instituições democráticas aparece como uma alternativa viável à construção e socialização dos institutos democráticos na contemporaneidade. No Brasil a cultura política foi construída sobre as bases dos determinantes do eurocentrismo, obtendo na história da democracia brasileira uma face paternalista e clientelista frente às relações estabelecidas entre as classes dominantes e as classes subalternas. Todavia, a participação da sociedade civil no âmbito dos institutos democráticos participativos se materializou historicamente no Brasil a partir da Constituição
Cidadã de 1988 e desde então, passou a ser um caminho possível para conquistas contrahegemônicas aos interesses liberais-burgueses predominantes na história brasileira, através da democratização do Estado. Neste sentido, o presente artigo tem por objetivo discutir sobre a cultura política e a democracia brasileira à luz da perspectiva gramsciana, a partir da revisão de literatura de autores referenciais desta perspectiva nas ciências sociais aplicadas.
Palavras-chave: cultura política, sociedade civil e democracia.
1. Introdução
A contemporaneidade traz consigo uma esfera de possibilidades e limites que congregam a configuração das relações entre Estado e sociedade civil e constitui, portanto, a natureza e os contornos da esfera democrática. As instituições democráticas possuem espaços que podem ser utilizados cotidianamente para travar lutas em prol de interesses contrahegemônicos, lutas pelas quais as classes subalternas alcancem sua emancipação. A cultura, neste processo, constitui-se fator determinante para a análise da democracia, uma vez que esta compreende diferentes