Crise capitalista contemporânea
Frente às constantes mutações das quais o capitalismo contemporâneo tem sido alvo, o referido texto objetiva delinear o impacto dessas mudanças, tanto em relação ao setor de produção, quanto aos ideários desse sistema, sob o prisma da classe trabalhadora.
Frisando a contínua decadência do capitalismo, num contexto de crise estrutural do capital, destacam-se algumas tendências, quais sejam, a crescente substituição dos padrões tayloristas e fordistas por formas de produção flexíveis e desregulamentadas, tais como o toyotismo e a denominada acumulação flexível; bem como, o abalo do modelo socialdemocrático, ou melhor, o estado de bem estar social, em face da “regulação” neoliberal, pautada sobre privatizações e contrária ao conceito social.
Respostas à própria crise do capital, as tendências acima apontadas só confirmam que, quanto maior a competitividade e concorrência entre capitais, empresas e potências políticas, piores são suas conseqüências. Entre as mais nefastas, ressaltam-se, a precariedade da força humana trabalhadora e a degradação ambiental, conduzidas pela idéia de produção de mercadorias sem limites.
Trata-se, portanto, de um sistema baseado na destrutividade e na descartabilidade: esmaga-se a força trabalhadora; subjugam-se os direitos sociais, brutalizando dessa forma, quem vive do trabalho; torna predatória a relação entre produção e meio ambiente, descartando como coisa, estes agentes fundamentais para que o circuito reprodutivo do capital se faça.
Em âmbito global, pode-se dizer que, os Estados Unidos da América (em conjunto com o Nafta), a Alemanha (representando a Europa unificada) e o Japão (à frente dos demais países asiáticos) formam uma tríade que domina o cenário mundial, o que quer dizer que, quanto mais um desses pólos se fortalece, mais os outros se debilitam. Para manter-se e, ao mesmo tempo, administrar suas próprias crises, esses pólos causam ainda mais