Crise ambiental
Houve um tempo em que o homem convivia com toda sorte de dificuldades para conseguir prover suas necessidades e sobreviver. Embora para muitos deles ainda hoje a realidade não se apresente muito diferente, parece claro que na atualidade as condições de vida de boa parte das pessoas são bem menos áridas tendo a luta pela sobrevivência deixado de ser uma aventura diária.
A escalada da produção que tornou possível tal situação se encontra bem delimitada. Devido a uma série de fatores, foi no início da Idade Moderna que a civilização ocidental conseguiu equacionar as condições apropriadas para o grande salto. O grande crescimento do conhecimento e da produção econômica verificada a partir deste momento transformou a face do planeta e tornou realidade alguns sonhos antigos da humanidade.
Os últimos desdobramentos deste processo iniciado séculos atrás mostram que não existem limites para o crescimento do conhecimento e suas aplicações. O desenvolvimento da microeletrônica e dos processos de informatização, a chamada III Revolução Industrial que assistimos atualmente em curso (como a popularização da internet e a automação de uma infinidade de processos propiciada por esse avanço) são exemplos das suas possibilidades. Se o processo de aquisição de conhecimento parece não encontrar limites em si, para alguns esse já começou a se manifestar na própria base física do planeta, que precisou e ainda precisa sustentar uma grande demanda por seus insumos, impulsionada por uma radical transformação ocorrida nos modos de vida e padrão de consumo de seus habitantes. Essa pressão sobre os recursos naturais, realizada em uma escala nunca antes vista e num nível temerário para sua própria capacidade de regeneração é o que chamamos de crise ambiental.
O domínio sobre a natureza
A visão de domínio do homem sobre a natureza, vigente na atualidade, já teve oponentes bem mais fortes em outras épocas. Glacken (1986) mostra que é possível escrever uma história do homem