Criminalidade atual
3.1. Estereotipização do negro como ser criminalizado No século XX, diversos estudos legitimavam a inclinação do negro para a criminalidade. Além de possuir uma índole violenta, diversos outros estereótipos atingem o negro, consequência de um etnocentrismo exacerbado. A médica legista e psiquiatra Nina Rodrigues (1862 – 1906), em seu livro Os Africanos no Brasil destaca em um único capítulo a “contaminação” psíquica ruim que o Brasil iria sofrer “acolhendo” tantos negros vindos da África, onde “A contribuição dos negros a esta espécie de criminalidade é das mais elevadas. Na sua forma, esses atos procedem, uns do estádio da sua evolução jurídica...” .
Pode-se afirmar que tal aplicação de estereótipos surge da recepção do novo paradigma criminológico dos intelectuais da época, que estabeleceram os negros como modelo racial de compreensão do desvio. Com isso, conferia-se uma permanência de bases de um sistema de práticas nascidas do escravagismo, que entregavam as populações não-europeias ao controle social. Durante todos esses anos o problema do negro no Brasil não tem tido o tratamento que merece. Quando se lê notícias sobre crimes cometidos por negros a impressão que se tem é que estes são seres completamente estranhos a nós. Esquecendo as enormes favelas das cidades grandes cidades brasileiras e toda a desigualdade crescente dia a dia que é reforçada pelo preconceito e pela estigmatização.
Torna-se importante também, ressaltar que, por mais que o Brasil tenha na pluralidade étnica uma das suas principais características, o racismo não se dá somente conforme a notável expressão, por parte de determinadas pessoas, de uma aversão ao negro, mas também na centralização social branca e consequente segregação dos negros, fato que dá consequência à criminalidade.
Estudos recentes mostram que a criminalidade não é um privilégio negro, mas sim sua punição, visto que a população branca parece ter um melhor contato com a classe