Criatividade e processos de criação
OSTROWER, Fayga.
Dante Uzon Roman
SINOPSE
* Fayga Ostrower não encara a criatividade como propriedade exclusiva de alguns raríssimos eleitos, mas como potencial próprio da condição de ser humano.
INTRODUÇÃO
* A natureza criativa do homem se elabora no contexto cultural. Todo indivíduo se desenvolve em uma realidade social, em cujas necessidades e valorações culturais se moldam os próprios valores de vida. * As potencialidades e os processos criativos não se restringem, porém, à arte. Não nos parece correta essa visão de criatividade. O criar só pode ser visto num sentido global, como um agir integrado em um viver humano. De fato, criar e viver se interligam.
I – POTENCIAL * O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar, significar. * Um ato tão corriqueiro como atravessar a rua - é impregnado de formas. Observar as pessoas e as casas, notar a claridade do dia, o calor, reflexos, cores, sons, cheiros, lembrar-se do que se relacionava fazer, de compromissos a cumprir, gostando ou detestando o preciso instante e ainda associando-o a outros - tudo isto são formas em que as coisas se configuram para nós. * O homem é impelido a formar, ele precisa orientar-se, ordenando os fenômenos e avaliando o sentido das formas ordenadas; precisa comunicar-se com outros seres humanos, através de formas ordenadas. * O potencial criador do homem surge na história como um fator de realização e constante transformação.
SER CONSCIENTE-SENSÍVEL-CULTURAL * O fato de a herança genérica, isto é, o potencial consciente e sensível de cada um, se realizar sempre e unicamente dentro de formas culturais. * Não há, para o ser humano, um desenvolvimento biológico que possa ocorrer independente do cultural.
SER SENSÍVEL * Uma grande parte da sensibilidade, a maior parte talvez, incluindo as sensações internas, permanece vinculada ao