Crepúsculo do Lucro Contábil
O CREPÚSCULO DO LUCRO CONTÁBIL
HOPP, J. C.; LEITE, H. P. O crepúsculo do lucro contábil. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, out./dez. 1988.
João Carlos Hopp e Hélio de Paula Leite são respectivamente professores titular e assistente do departamento de contabilidade, finanças e controle da EAESP/FGV.
A contabilidade expressa um requinte em todas as informações que produz, deixando o usuário com a sensação plena de verdade e razão. A legislação coage os profissionais da área contábil a produzirem informação de maneira tabelada, ou seja, através de conceitos “particularmente” elaborados.
Se demonstrativos anuais estão expostos a contrariedades, um demonstrativo mensal ou trimestral estará mais vulnerável ainda. Elaboram-se demonstrativos criando uma visão econômico/financeira da empresa, que dificilmente auxiliarão um gestor a tomar uma decisão ideal a respeito de sua entidade.
Em um dado momento, em que os administradores passaram a protagonizar nas empresas na forma de engenheiros ou fundadores da própria organização, a preocupação era em obter lucro em nível operacional, nas últimas décadas a obtenção de lucro passou a ser por uma eficiente gestão financeira, porém, a contabilidade fornece dados “equivocados”, e inúmeras vezes são usados em questões norteadoras à empresa, levando-a dar passos errados. Se a contabilidade continuar agindo dessa maneira, chegará a um ponto em que perderá sua credibilidade; para que isso não ocorra, o ideal seria que concentrasse seus esforços em questões mais simples, não tão requintadas, mas importantes, como faziam os primeiros contabilistas.
As metodologias e técnicas repassadas aos acadêmicos em sala de aula precisam mudar, devem ser reais, práticas, que os leve a ter “vida-própria” e não tornarem-se robôs inevoluíveis; estamos inseridos em um ambiente que esta sempre se modificando, e se quisermos sobreviver precisamos ao menos acompanhar as mudanças, burocracias no sentido pejorativo da