crença e conhecimento
Eduardo Ribeiro Mundim
Conhecimento e verdade estão intimamente relacionados. Por definição, conhecimento real tem de ser verdadeiro: ser real, corresponder ao que é, retratar a coisa como ela é realmente.
Conhecer passa a ser importante na história da humanidade em função de diversas necessidades, incluindo as de sobrevivência imediata. É verdade que o ser humano necessita de água e alimento; sem eles, morre ou de sede ou de fome. Portanto, é conhecimento que ele deve se alimentar e ingerir líquidos. É verdade que o mercúrio não é alimento, pois sua ingesta causa a morte. Muitas vezes verdade se confunde com funcionalidade: aquilo que funciona é verdadeiro, aquilo que não funciona é falso. Se as fundações da casa em determinada profundidade a fazem imune às intempéries, é verdadeiro que tal profundidade é necessária.
É verdadeira a teoria da gravidade? O céu e o inferno existem?
Conhecimento, a partir da filosofia, é “crença verdadeira justificada”1. Portanto, conhecimento: – é uma crença
– a crença é verdadeira
– a crença verdadeira tem evidências para a qualificarem como um recorte fiel da realidade Crença2, que tem muitas definições ao longo da história da filosofia, pode ser definida, de modo mais simples, como o reconhecimento não-fundamentado de que uma proposição é verdadeira. Ou seja, a adesão à validade de uma afirmação qualquer. Aceito que uma afirmação, que não necessariamente está fundamentada, é verdadeira. Esta afirmação pode ser científica ou religiosa, pode ser um preconceito ou uma superstição.
Reescrevendo o conceito platônico acima, conhecimento é a aceitação de que uma proposição não fundamentada (crença) em primeiro momento se torna justificada em um segundo instante, de modo verdadeiro.
O reconhecimento de uma proposição como verdadeira necessita ser autêntico, não pretendido, não fingido.
E a justificação deste reconhecimento não pode ser subjetiva. Deve ser alicerçada em fatos,
evidências,