Crash
Laudo de vizinhança apura estado de conservação de imóveis próximos ao canteiro de obras e atua como garantia a reclamações por danos e prejuízos indevidos.
Trincas, fissuras, rachaduras, infiltrações: são inúmeras as queixas de imóveis vizinhos às obras que podem recair sobre as construtoras. Mas como determinar se os danos possuem de fato ligação com a obra? Como ter certeza de que a reparação é justa e devida aos moradores?
Meios para isso evidentemente existem - perícias específicas são capazes de descobrir a origem dos estragos. No entanto, além de custosas, essas ferramentas tornam-se injustificáveis quando se dispõe de uma solução preventiva como o laudo de vizinhança. Aplicado aos imóveis que cercam o terreno, o laudo dá segurança às construtoras em situações extremas de embates judiciais; ou, no jargão dos advogados, representa uma "prova testemunhal de constatação inicial".
Funciona da seguinte maneira: um engenheiro perito visita os locais antes do início da obra e registra o estado de conservação dos imóveis. Dessa forma, em caso de futuras queixas, a empresa tem como saber se o problema já existia ou se foi realmente causado pela construção.
"O laudo até influencia as pessoas no sentido de saberem quais danos foram apontados. Elas só vão reclamar se realmente a obra impactou", observa Eduardo Simões, sócio-diretor da construtora Solve, que atua há cerca de dez anos no mercado paulista.
"Por outro lado, ajuda a deixar claro se o problema foi realmente causado pela obra", completa o empresário, explicando que, uma vez detentora dessa certeza, a construtora efetua os reparos necessários sem receios e dá prosseguimento à obra.
O presidente do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo), Tito Lívio Ferreira Gomide, destaca outra vantagem do documento: "Há um efeito psicológico que é muito importante. Os vizinhos se sentem seguros, percebem que está envolvida uma empresa responsável,