Cotidiano Digital - Resumo

Adeus ao Corpo Le Breton aborda a discussão que muitos teóricos defendem: a tendência do corpo, físico, desaparecer. Esses autores recorrem ao dualismo entre corpo e mente - espírito sobrepondo a importância do segundo em detrimento ao primeiro, para afirmar que este (o corpo) tende a se tornar inútil e obsoleto. De acordo com os extropianos, membros de uma comunidade virtual, assim como outros adeptos das novas tecnologias, o corpo está cada vez menos à altura das capacidades exigidas na era da informação. Por isso, através dos diversos dispositivos de alta tecnologia que dispomos, seria conveniente criar uma forma de tranformá-lo, adaptando-o a um tipo de disquete, o qual conservaria apenas o espírito, já que é este quem efetivamente garante uma identidade. Alguns autores contemporâneos enxergam o corpo feito de carne e osso como um elemento desnecessário e limitador das potencialidades do espírito, por isso está fadado à superação dos meios tecnológicos, cedo ou tarde, dando lugar a uma vida virtual e eterna. Sendo assim, a transposição do corpo para um robô, por exemplo, possibilitaria avanços que fogem aos limites biológicos e garantiria uma existência imortal com uma pluralidade muito mais enriquecedora que de nosso mundo. Afinal, não é vantajoso que depois de tanto acumular conhecimento ao longo do tempo, o espírito, por estar preso ao corpo, também esteja condenado à mortalidade, se tornando inúteis seus esforços para armanezar sabedoria. Um corpo eletrônico não estaria exposto a diversos riscos ameaçadores de nosso mundo tão biologicamente impuro, onde doenças como o HIV crescem assustadoramente diariamente. Portanto, protegeria de forma mais eficaz o espírito. Também a sexualidade dispensaria o corpo, pois haveria estímulos sexuais que correspondessem ao prazer sexual. No ciberespaço não há julgamentos,