cosmeticos
LINHA EKOS
DURANTE 30 ANOS, a Natura viveu um ciclo de notável expansão. Por duas décadas, a média de crescimento anual da empresa se manteve na faixa dos 30%. Um exército de mais de 200.000 revendedoras distribuía seus produtos em quase todos os pontos do país e seu logotipo carregava uma imagem de qualidade e inovação. No final dos anos 90, porém, ficou claro para os seus executivos que esse ciclo estava se esgotando. Em 1999, as vendas atingiram US$ 392, 7 milhões, uma queda de 8,5% em relação ao período anterior. E o lucro iniciaria uma curva decrescente que só se inverteria dois anos depois.
Para satisfazer a vaidade e conviver com a volatilidade e suas consumidoras, a Avon, a maior empresa mundial do setor, investe US$ 100 milhões ao ano em desenvolvimento tecnológico. A cada 12 meses, para continuar respirando, a Natura precisa colocar no mercado pelo menos 50 novos produtos. As perguntas para os seus executivos eram: como garantir o crescimento e a sobrevivência no longo prazo? Como dar início a um ciclo de expansão? A empresa se voltou para sua vocação original, percebendo nela o uso sustentável da biodiversidade brasileira. No topo da lista das preferências das brasileiras está o esmalte, um dos maiores consumos do mundo e o batom. Mulher brasileira só usa esmalte e batom de cor básica. Já sombra, rímel e base não fazem parte do dia-a-dia da maioria das mulheres no Brasil. O índice de penetração de maquiagem e cremes de tratamento ainda é muito baixo, mas há perspectivas de muito crescimento, desde que a renda da população aumente. Os mercados de tratamento capilar e do corpo são bastante desenvolvidos, mas os mercados de tratamento do rosto, coloração e maquiagem ainda têm um grande espaço a ser explorado no Brasil.
O consumo de cosméticos no Brasil tem suas peculiaridades. No México, por exemplo, as consumidoras estão mais habituadas às chamadas bases de longa duração; no Brasil, as únicas que vendem, e pouco, são bases