Corrupção
Laboratório Didático - USP ensina Sociologia
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Corrupção e Accountability nas Ciências Sociais
Autor: Thiago do Nascimento Fonseca 2º semestre / 2011
Introdução Não é muito raro nos depararmos com notícias de um novo caso de corrupção. Fraudes, desvios de verba e uso indevido de bens públicos, envolvendo políticos, membros da burocracia e atores do setor privado são correntes, e geram grande polêmica em meio à opinião pública. No entanto, os cientistas sociais não têm voltado sua atenção para uma análise sistemática do tema. São relativamente poucos os trabalhos centrados no problema da corrupção. A maior parte refere-se à corrupção como problema secundário inserido em uma preocupação teórica maior, como alguns trabalhos clássicos de Vitor Nunes Leal (1975) – antes preocupado com a política local do interior e sua relação de dependência com o governo estadual – e Schuartzman (1988) – que tratou do chamado “patrimonialismo burocrático”. Outros estudos, de direção oposta, mesmo enfrentando problemas empíricos decorrentes da própria natureza da corrupção – uma vez que esta se manifesta “às escondidas” – esforçaram-se para compreendê-la como foco principal de análise por diferentes pontos de vista (BAILEY; TAYLOR, 2009; BEZERRA, 1995; ARAÚJO e SANCHEZ, 2005; MIGUEL e COUTINHO, 2007; MOISÉS, 2010a; POWER e GONZALEZ, 2003; POWER e JAMISON, 2005; RENNO, 2007; SILVA, 2000; SPECK, 2002). Por outro lado, um incipiente debate sobre mecanismos de combate à corrupção tem surgido com considerável êxito, principalmente sob a teoria da accountability. De um modo geral, novos estudos identificam que, seja por parte do controle exercido pela sociedade civil, ou por mecanismos institucionais, a corrupção vem sendo combatida com maior empenho e com êxitos significativos (ARANTES, 2007; CADAH e