Corrup O Na Ditadura
A corrupção no Brasil, nos últimos anos, transformou-se na luta dos bons contra os maus, corrupto é sempre o outro. Para existir o corrupto, é preciso existir o corruptor.
Para Bobbio (1998, p. 291), a corrupção:
Designa o fenômeno pelo qual um funcionário público é levado a agir de modo diverso dos padrões normativos do sistema, favorecendo interesses particulares em troca de recompensa. Corrupto é, portanto, o comportamento ilegal de quem desempenha um papel na estrutura estadual. [...] Corrupção significa transação ou troca entre quem corrompe e quem se deixa corromper. Trata-se normalmente de uma promessa de recompensa em troca de um comportamento que favoreça os interesses do corruptor; raramente se ameaça com punição a quem lese os interesses dos corruptores. [...]”
Mesmo sem admitir, um cidadão comum pode fazer parte dessa rede de corrupção, se vinculá-la a diversos meios, desde a compra de produtos falsificados, a pagamento de suborno ao policial ou ao comprar o lugar de outra pessoa em uma fila, ao receber ou pagar a um servidor público para obter qualquer tipo de vantagem, por fim, existem diversas maneiras de comete-la, muitas delas são tão simples que ao cometer a pessoa não percebe que está perpetrando um crime, pois se tornou algo ‘normal’ para ela.
Na era da ditadura, não era fácil identificar e punir um e outro, sobretudo quando envolvia importantes autoridades públicas. Muitos gostariam de dizer que ‘no tempo dos militantes, na era da ditadura, não havia corrupção’. É um equívoco dizer, pois corrupção havia, mas existia também a censura, onde muitos casos nem chegavam aos jornais e ao conhecimento do povo.
A propaganda trouxe componentes terríveis em torno do fantasma do comunismo, cada indivíduo era pressionado por uma carga dupla, induzindo não apenas a temer o que os comunistas poderiam fazer, como também ser confundido como um deles e punido severamente. DE OLIVEIRA (2003, p.27). Era a época que