Corroída, ainda forte.
Viver focado somente no "agora" é tolice de quem que, como a cigarra da fábula , desejou apenar cantar e encantar-se com seu próprio mantra, ao passo que a formiga, soube usufruir do canto sem contudo cruzar braços na contemplação. Quantas horas, dias, meses, anos, escorrem ladeira abaixo enquanto a urgência do momento nos aprisiona em movimentos que não chegam a lugar algum? É tempo que perde o docente que finge fechar os olhos, enquanto fingimos não colar? O tempo acha graça de nossa ingenuidade, vira o rosto e sorri e o resultado, dirá o tempo em tempos perdidos: impossível recuperá-los. O aprender se torna efetivo na prática e tantos outros, na prática, nunca se aprende. Em meio a eles, a compreensão que se achega um dia, é martelo a ditar sentença: Tarde demais! E nós? Nas mãos, o fiapo de corda corroída ainda é forte, o suficiente, para prender-nos ao passado.