Correlacionar as transformações sociais do mundo ocidental com as novas conformações de família
1.0 Transformações sociais do Brasil Segundo Bruschini (2000), nos primeiros séculos de colonização temos como modelo dominante de organização a família tradicional, patriarcal, extensa, rural que resultou da adaptação do modelo de família trazido pelos portugueses ao modelo sócio-econômico em vigor no país. Este estilo de família impôs seu domínio na Colônia, subjugando os indígenas e, mais tarde, com a importação dos escravos negros, os portugueses foram destruindo formas familiares próprias desses grupos que aqui chegavam.
A família patriarcal era um extenso grupo composto pelo núcleo conjugal e sua prole legítima, ao qual se incorporavam parentes, afilhados, agregados, escravos e até mesmo concubinas e bastardos, todos abrigados sob o mesmo teto, na casa grande ou na senzala(Bruschini, 2000).
Essa característica senhorial foi observada também pelas famílias não proprietárias, das camadas intermediárias – comerciantes, funcionários públicos, militares e profissionais liberais (Bruschini, 2000).
A família patriarcal era uma forma dominante de constituição social e política e tinha no seu poder, o controle dos recursos da sociedade.
A partir da segunda metade do século XIX, com o início do processo de industrialização, opera-se uma mudança na família e o modelo patriarcal, vigente até então, passa a ser questionado.
Novas conformações de família no Brasil
É a partir dos anos 90 que a família brasileira apresenta mudanças significativas em todos os seguimentos da população.
Segundo Mioto (1997), com base na análise da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio-IBGE (PNAD), a família dos anos 90 tem uma configuração marcada pelas seguintes características populacionais:
1) Número reduzido de filhos. A família brasileira entra nos anos 90 com uma média de 2,5 filhos, em contraposição aos anos 60, cuja média era de 6,3 filhos. Este dado indica