Correio aéreo nacional
Asas pacíficas unindo o Brasil
... os que, como eu, foram os humildes pioneiros da conquista do ar, pensavam antes em criar meios de expansão pacífica entre os povos, que em fornecer-lhes novas armas de combate. (Santos-Dumont, Mégève, França, 14 de jan.1926)
O texto da epígrafe foi extraído de uma carta enviada por Santos Dumont ao embaixador Afrânio de Melo Franco, representante do Brasil na Sociedade das Nações, em Genebra, propondo que se limitasse a utilização da aviação como arma de guerra. No curto espaço de tempo entre o primeiro vôo de Santos-Dumont e o final da Primeira Guerra Mundial, a aviação se tornara uma arma, além de uma indústria. Santos-Dumont, no entanto, sonhava com uma aviação a serviço da humanidade, com o avião sendo usado como instrumento de paz e de união entre os povos. O Correio Aéreo Nacional (CAN) ainda hoje é a concretização desse ideal. Voando para locais de difícil acesso, presta serviço humanitário aos mais necessitados e serve de elo de ligação entre brasileiros.
Ao final da Primeira Guerra, com o crescimento do número de aviões, produzidos em escala industrial, e a disponibilidade de pilotos treinados, o correio aéreo passou a ser implantado em muitos países. No Brasil, ele foi criado logo depois da Revolução de 1930, com a chegada ao poder de Getúlio Vargas, fruto de uma política de Estado voltada para o desenvolvimento nacional.
Em um de seus discursos, Vargas deixou clara a importância da aviação para o Brasil:
Pela extensão de seu território, pela vastidão de seu litoral e pelas dificuldades das suas comunicações internas, pela necessidade da difusão e da divulgação dos fatos, que interessam às suas populações disseminadas em regiões distantes e ignoradas, por todas estas razões, o Brasil precisava ser dotado de um aparelhamento aéreo perfeito e eficiente.
(Getúlio Vargas,