Corporeidade e Cartesianismo
Corporeidade e Cartesianismo
CORPOREIDADE
Como apresentado no Capítulo 1 do Caderno de Estudos: O corpo tem sido visto e vivido sob diferentes pontos de vista, em alguns casos super valorizado e em outros mero instrumento de trabalho e “morada” do pecado.
As percepções do corpo, assim como as experiências sofrem influências de crenças e culturas, sendo interpretadas e vividas por padrões culturais de representação do mesmo. A manifestação do corpo no cotidiano, a forma como cada um sente o seu corpo e atribui um sentido, apresenta-se como característica social.
A dinâmica que se percebe entre sujeito, sociedade e corpo pode ser vista de forma interdependente. Um corpo biológico e ao mesmo tempo cultural. Não apenas um corpo-objeto, contudo um corpo-próprio, transformado conscientemente de acordo com a lógica da sociedade.
Nos dias atuais grande importância é dada ao corpo, tornou-se o mais cobiçado objeto de consumo. A relevância outrora dada à alma, agora é atribuída ao corpo sob o foco do consumo. Há inúmeras curiosidades, claras explorações comerciais e diversas manipulações científicas e principalmente industriais. Passou-se de um corpo irrelevante, oculto e sobrepujado para um corpo explorado e exaltado.
Na sociedade de hoje, há que se destacar o crescente narcísico do corpo, podendo ser observado em diversas práticas do dia a dia, onde quase todos nós nos submetemos.
A expressão corporeidade refere-se à unidade do ser. É viver como um ser unitário e não dual, com valores existenciais, e não somente racionais.
Ao longo da vida do ser humano todas as ações concretizam-se mediante a corporeidade. Com o nosso corpo podemos viver, perceber, transformar e relacionar o mundo com os outros.
O corpo vivido não é um objeto, um instrumento, ou uma máquina, é parte da nossa identidade. As pessoas percebem, relacionam-se e sofrem no seu corpo. Somos seres vivos de vidas diferentes, que possuem um corpo, que por mais ninguém pode ser