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O anúncio da renúncia de Bento XVI mostra não só uma nova realidade para a Igreja Católica, mas para todo o mundo. É mais um aviso de que transformações importantes estão ocorrendo, que um novo tempo se avizinha.
Essa renúncia não é só uma mera decisão papal, é mais um efeito das grandes transformações que há no mundo e que as velhas estruturas, sejam políticas, econômicas ou religiosas, não podem mais suportar.
Vê-se, por exemplo, a crise financeira mundial, as mudanças climáticas, a "Primavera Árabe", asteróides, tsunamis, terremotos em intervalos muito próximos, grandes transformações sociais e políticas motivadas por redes sociais; enfim, uma série de fatores que têm ocorrido de forma quase que simultâneos.
Há, certamente, diversas formas de enfocar essas grandes transformações. Cada um, com as lentes da sua área de preferência ou ofício, verá as coisas da forma que lhe é possível, fazendo as suas próprias estimativas. Cada enforque, histórico, cultural, econômico, científico ou religioso, daria um livro, o que não cabe aqui. E nem tenho preparo para isso.
Porém, apenas por recreação, e tomando o ponto "renúncia papal" como referência (já que, de todos os eventos, parece-me o mais impactante por ter ocorrido menos vezes em 2.000 anos de História), tiro as seguintes conclusões:
a) Aposentadoria compulsória, em um dado momento, é necessária; seja na Igreja, seja em outas áreas da vida;
b) A Igreja deve rever seus conceitos. Não sei como fará isso. Nao sei como conciliar as mudanças com a Bíblia que, do ponto de vista literal, é estática; ou qual será a base teológica para se conciliar os novos tempos a uma doutrina pregrada há séculos pela Igreja, sem se ser injusto com antigos condenados e excomungados;
c) Se um Papa pode renunciar (abdicar, desistir) qualquer um de nós pode fazê-lo, já que, notadamente, isso é muito mais difícil para o Papa. Aliás, ficou até elegante o Papa admitir a própria