Corpo e arte
Hiáscara Alves Pereira
RESUMO
O presente ensaio visa discutir a cisão e o estranhamento que os objetos artísticos de Nazareth Pacheco impõem ao olhar do espectador, tendo como base teórica os pressupostos filosóficos de Georges Didi-Huberman, como também a psicanálise Freud - Lacaniana. Suas obras sedutoras são compostas por materiais com finalidades contrárias: atrair e ao mesmo tempo perturbar, aquele que as contempla.
Palavras-Chave: Nazareth Pacheco; olhar; imagem; corpo.
RÉSUMÉ
Le présent article vise à discuter la séparation et la perturbation que les objets artistiques de Nazareth Pacheco imposent au regard du spectateur, ayant comme bases théoriques les hypothèses de Georges Didi-Huberman, ainsi que la psychanalyse Freud - lacanienne. Leurs séduisantes œuvres sont composées par matièriaux à de fins contraíres: attirer et perturber en même temps, celui qui les contemple.
Mots-clés: Nazareth Pacheco; regarder; image; corps.
Quando estamos em frente a uma obra de arte, nos deparamos com alguma coisa que não podemos abranger por meio da razão, visto que há algo que sempre nos escapa. Algo que não se esgotaria naquilo que é visível. Existem elementos em cada obra que são intrínsecos à própria obra. Com o intuito de elucidar esses e outros pontos, tomaremos como base neste estudo as reflexões de Georges Didi-Huberman que colocam em cena a questão do olhar e da imagem, bem como textos psicanalíticos que abordam esse mesmo tema, para então a partir deles analisarmos os objetos de Nazareth Pacheco.
Comecemos por Georges Didi-Huberman e seu livro O que vemos, o que nos olha (1998), onde ele traz uma discussão acerca da experiência visual, afastando-se da historiografia da arte tradicional (iconológica e formalista) que pretende dar conta das obras de arte sujeitando o visível ao legível, reduzindo-as a estilos, escolas e movimentos. O que Didi-Huberman propõe é um saber não verificável,