CORPO DE MONOGRAFIA
Os temas tratados neste trabalho (liberdade, paz, justiça, espiritualidade, ressocialização, execução penal etc.) referem-se à questão do ser humano. O pensamento teológico-filosófico dos últimos tempos disparou tanto em busca da compreensão do sentido último da existência humana quanto em tentar desvendar os segredos da natureza do homem, mas ainda sem sucesso.
Desde sua existência, o ser humano tem deixado marcas ao longo da história, em que se percebe uma eterna busca de novas aspirações e prenúncios de um novo tempo. Através dos tempos, a humanidade apresentou momentos de altos e baixos, de luz e escuridão, de calmarias e tempestades. O mundo antigo ficou para trás e veio a modernidade. A razão tornou-se crítica, houve a dessacralização do mundo, o fim da sociedade medieval, a liberdade de expressão, democracia (sic!), a natureza voltando a ser preocupação do homem (ainda que tardiamente) etc., sinais que, à primeira vista, pareciam apontar para o surgimento de um mundo melhor.
Todavia, o mundo atual tem levantado interrogações e suspeitas. A modernidade favorece a opulência dos ricos, a razão instrumental e a exploração dos mais fracos. Está aí o início do discurso em favor dos pobres por parte de alguns setores da Igreja e de outras instituições, buscando resgatar a dignidade usurpada daqueles que estão situados nas classes mais baixas da sociedade.
O clamor dos pobres e oprimidos por justiça e igualdade precisa ser visto como mais do que uma simples expressão de vocabulário! Deve ser visto como uma transição do atual mundo em que vivemos para outro fraterno e solidário. Um mundo em que questões emergentes, novos problemas e fenômenos ainda não conhecidos, não são resolvidos a partir de pré-conceitos estabelecidos ou de paradigmas em vigor, mas através de mecanismos que permitam a compreensão da realidade atual. Talvez esteja aí o maior empecilho para o estabelecimento de um mundo pacífico, justo e harmônico: a dificuldade de se abrir