Cordel e Ecocrítica

GT10- Cultura, Natureza e Sustentabilidade: diálogos com a história ambiental
ECOCRÍTICA: A LITERATURA DE CORDEL A SERVIÇO DAS QUESTÕES RURAIS
Ms.José Itamar Sales da Silva- MLI- UEPB
A descrição das belezas da fauna e da flora, a natureza idílica e seus encantos e a preocupação com a sua “preservação” sempre foram temas destacados pela literatura popular nordestina. São inúmeros os autores e obras que cantaram e decantaram o meio ambiente, principalmente pelo fato de que o Brasil em sua origem rural gerou pessoas por demais identificadas com a terra como se a mesma fosse parte e extensão do homem que tira da terra o seu sustento e inspiração para viver. Esta descrição da natureza e o seu uso poético, não é exclusividade da literatura brasileira que em todas as suas variações dedica parte de sua produção, pois na verdade em todos os recantos do mundo e em todos os tempos, escritores descreveram, enalteceram e se inspiraram a partir desta temática. No entanto, historicamente só poderíamos situar cronologicamente, a preocupação de forma geral, com a natureza e as questões ambientais e a luta política engajada em sua preservação a partir de 1968, com os movimentos de contestação, que se multiplicariam pelo mundo levantando bandeiras ecológicas.Estes movimentos criticavam os valores anteriormente defendidos pela sociedade. Mulheres, negros, jovens, estudantes, homossexuais, ecologistas etc. organizavam-se e ocupavam as ruas, manifestando-se sobre temas até então distantes da vida pública, como liberdade sexual, aborto, drogas, paz, amor, liberação feminina, liberdade de expressão, questão ambiental etc.
Um dos impactos mais evidentes do modelo de desenvolvimento em curso no pós-guerra foi à devastação da natureza e a poluição generalizada, que atingiram os continentes e as formações econômicas e sociais, indistintamente. Nessa época, a deterioração ambiental era uma preocupação geral de pacifistas, dos movimentos antinucleares e hippies, que valorizam a