Coração
Pode não ser um dado oficial fruto de uma pesquisa acadêmico-científica, mas inúmeros amigos e conhecidos da área médica declaram como grande absurdo o que ocorre no campo das doenças cardiovasculares. Segundo essas informações, 99% das pessoas enfartáveis – aquelas com altos fatores de risco –, mesmo depois de alertadas, continuam sua vida sedentária, sem regras saudáveis nos hábitos pessoais e sem fazer exercícios físicos. Uma única alegação: falta de tempo. Essas mesmas fontes informam que, por mais curioso (ou tenebroso) que possa parecer, cem por cento dos enfartados, logo que sua recuperação médica permite, começam um intenso programa de caminhadas, exercícios físicos e, claro, uma mudança radical para melhorar seus hábitos de vida.
Recentemente, conversando com o vice-presidente de uma importante organização, trocávamos idéias sobre o assunto: visão de curto prazo versus visão de longo prazo. Foi quando nasceu a inspiração para escrever este texto.
A semelhança do exemplo de pessoas físicas acima relatadas com as organizações é absolutamente vigorosa. De forma genérica, há uma compulsão atávica – no plano antropológico, se quiser, até no inconsciente coletivo junguiano – de se privilegiar o curto prazo nas organizações, em detrimento do pensamento de longo prazo.
Há um paradigma, principalmente na cabeça dos líderes, no seguinte formato: se temos dinheiro hoje, estamos garantidos para o resto da vida. Por mais que consultores alertem sobre fatores de riscos de vida para sua organização, novos hábitos à semelhança dos relatados nos casos das doenças cardiovasculares, não só não são assumidos como são execrados de maneira veemente. Em pesquisas junto a mais de dez mil empresários e executivos, concluiu-se que a maioria absoluta destes comandantes de organizações determina que o maior e único objetivo de uma empresa é o lucro. É importante lembrar que quando se quer maximizar o lucro, determina-se taxativamente a maximização