Coração
Explode Coração mostrou as tradições ciganas, seus rituais e sua cultura em contraponto com o mundo moderno. O velho e o novo estão ligados de maneira visceral nessa história em que, graças à tecnologia, pessoas que nunca se viram tornam-se amigos íntimos. A novela foi mais do que um folhetim costumeiro. Foi uma verdadeira revolução na categoria, uma inovação na linguagem das novelas, usando, para tanto, a própria internet, que surgia naquela época.
A abertura de Explode Coração reuniu dois temas abordados na trama de Glória Perez: a comunicação por computadores e a cultura cigana. Ana Furtado estreou na TV através da abertura de Explode Coração. Ela era transportada, através de alguns cliques, da festa cigana para um ambiente futurista. E tudo através de um equipamento que parece muito com os tablets de hoje, com direito até a touch screen.
O romance entre Dara e Júlio cedeu espaço a uma campanha de utilidade pública. A autora incluiu na trama a exploração do trabalho infantil e uma questão urgente: o desaparecimento de crianças. Unindo ficção e realidade, ela juntou na mesma cena as Mães da Cinelândia – como são chamadas as mulheres que dedicam suas vidas à busca dos filhos desaparecidos – e Odaísa, que procurava o filho Gugu (Luiz Cláudio Júnior). Mais de 60 crianças foram encontradas graças à exibição de depoimentos de mães e de fotos de filhos desaparecidos na novela.
A trama mostra a jovem Dara (Tereza Seiblitz) que era uma cigana e tinha muito orgulho das suas origens. Porém, ela se recusava a ficar presa às tradições. Acabou deixando sua personalidade rebelde falar mais alto e quebrou uma tradição dos ciganos. Ela se recusou a casar com o prometido noivo Igor (Ricardo Macchi), pois de acordo com os tradicionais costumes do povo cigano, as famílias Sbano e Nicolich haviam feito um contrato de casamento para seus filhos: