Coração de carvão
Vanessa Costa Ferreira[1]
Resumo: Este artigo irá discutir o processo de modernização ocorrido na União Soviética na década de 30. O período que o texto irá abranger começa quando a proposta de Stálin do “socialismo em um só país” vence a tese de Trótski da “revolução permanente”. Como as ideias de Stálin foram aceitas pelo Politiburo, o mesmo torna-se Secretário Geral do Partido Comunista da URSS e sucessor de Lênin, líder da Revolução Russa. Encontrou uma Rússia atrasada por 300 anos de uma dinastia autocrática e arruinada pelas inúmeras batalhas e conflitos da Revolução de 1917, que derrubou os tzares; deixou uma URSS como potência mundial respeitada e como peça principal do jogo geopolítico. Ao mesmo tempo promoveu um dos maiores genocídios da história, perseguiu os inimigos cruelmente e deixou a sociedade russa abalada no período do “Grande Terror”.
Palavras chave: União Soviética – socialismo – stalinismo.
No ano de 1929, na celebração de seu 50º aniversário, Stálin não necessitava se preocupar com possíveis rivais, já que o seu maior havia sido expulso do país no ano em questão. Como disse Bukharin, tinha nascido um novo “Gengis Khan”. (HOOLER, Thomas e Dorotht, 1987. p: 45). Com seus inimigos neutralizados ele encontrou apoio para que sua tese do “socialismo em um só país” fosse aceita no XV Congresso já em 1927 e mais tarde a mesma ideia encontrou apoio do Comitê Central em 1929, o qual aprovou a coletivização do campo e a industrialização acelerada, incluindo nesse processo a eliminação dos kulaks. O I Plano Quinquenal ao contrário do que era explicitado estava longe de seguir um modelo bem estruturado, mas sim uma grande vontade de desenvolver. Como um economista do Gosplan, S.G Strudimiline resumiu:
“Nós não temos de estudar a ciência econômica; temos sim de a