Coping e burnout
Designam-se geralmente por coping as estratégias para lidar com o stress (Vaz-Serra, 1999), ou seja, são “os esforços cognitivos e comportamentais para lidar com o stress psicológico” (Lazarus, 1993, p.237).
O coping não é, assim, um traço de personalidade, mas um estado, um processo, pois refere-se a atitudes, pensamentos e comportamentos que as pessoas assumem em determinados momentos perante situações específicas. Exige um esforço, uma gestão das situações (Pais-Ribeiro, 2001), não sendo uma actividade automática. A perspectiva actual postula uma interligação entre personalidade e coping, acreditando-se que o coping é fortemente influenciado pelas características do indivíduo, especificamente, pelos traços de personalidade. Crê-se, assim, que existem modos preferidos de coping em função da personalidade, o que aparenta ser uma aproximação à teoria dos estilos de coping.
Cada indivíduo adoptaria uma estratégia de coping preferencial de acordo com a situação (Truchot, 2004). Defende-se que os indivíduos possuiriam um conjunto de estratégias que manteriam mais ou menos estáveis através do tempo e situações e seria o uso repetido de determinadas estratégias de coping que originaria o estilo de coping (Pais-Ribeiro,2005). Se o processo de coping funcionar de modo ideal, com efeitos positivos imediatos e a longo prazo, pode falar-se em efeitos adaptativos. É um sistema dinâmico e circular, onde os resultados podem influenciar as variáveis antecedentes (Pais-Ribeiro, 2005). Lazarus (1993) considera que ambas as abordagens do coping como processo e como estilo são essenciais, já que abordam